Como Fotografar Eclipses: Técnicas e Cuidados
A fotografia de eclipses é uma das experiências mais fascinantes para entusiastas da astronomia e da fotografia. Capturar esse fenômeno raro requer preparação, técnica e o equipamento certo. Não se trata apenas de apontar a câmera para o céu e esperar o clique perfeito.
Fotografar eclipses exige compreensão sobre o evento astronômico, desde o tipo de eclipse até os momentos mais fotogênicos, como o contato total ou o “anel de fogo” nos eclipses anulares. Além disso, fatores como clima, localização geográfica e segurança são decisivos para o sucesso do registro.
Este artigo apresenta dicas essenciais para quem deseja fotografar eclipses de maneira eficiente e segura. Abordaremos o equipamento ideal, os tipos de eclipses e como se preparar, configurações ideais da câmera, o uso de filtros solares, composição e enquadramento, cuidados com os olhos e com o equipamento, além de dicas para edição das imagens capturadas. Com as informações certas e a prática adequada, qualquer pessoa pode capturar imagens inesquecíveis de um dos espetáculos mais impressionantes da natureza.
Escolhendo o Equipamento Adequado
Para fotografar eclipses com qualidade, o equipamento é um dos fatores mais importantes. Câmeras DSLR ou mirrorless são as mais indicadas por oferecerem maior controle manual e qualidade de imagem. Uma lente teleobjetiva, com focal acima de 200mm, permite capturar detalhes da Lua ou do Sol durante o eclipse. Além disso, um tripé robusto é essencial para manter a estabilidade nas fotos, especialmente em exposições prolongadas.
Outro acessório importante é o disparador remoto ou intervalômetro, que evita trepidações ao pressionar o obturador. Filtros solares são obrigatórios para eclipses solares e devem ser acoplados à frente da lente, nunca na ocular, para evitar danos à câmera e aos olhos.
Se você possui apenas um smartphone, também é possível registrar eclipses, embora com limitações. Nesse caso, utilize adaptadores para telescópios ou binóculos e aplicativos que permitam controle manual da exposição e foco. O importante é conhecer as limitações do seu equipamento e preparar-se com antecedência para aproveitar cada segundo do fenômeno.
Conhecendo os Tipos de Eclipses

Existem dois principais tipos de eclipses: solares e lunares. Cada um exige técnicas e preparações diferentes para fotografar.
Nos eclipses solares, a Lua passa entre a Terra e o Sol, bloqueando parcial ou totalmente a luz solar. Eles podem ser totais, parciais ou anulares. O eclipse total é o mais espetacular, permitindo visualizar a coroa solar, mas também o mais perigoso para os olhos se não forem tomados os devidos cuidados. Já os eclipses lunares ocorrem quando a Terra se posiciona entre o Sol e a Lua, projetando sua sombra sobre a Lua. São seguros para observacão a olho nu e fáceis de fotografar.
Identificar o tipo de eclipse com antecedência permite planejar melhor a sessão fotográfica. Os eclipses solares exigem planejamento meticuloso e equipamentos de proteção, enquanto os lunares oferecem mais liberdade. Ambos, no entanto, oferecem oportunidades únicas para composições criativas e imagens impressionantes.
Preparando-se para o Evento
A preparação é fundamental para o sucesso na fotografia de eclipses. O primeiro passo é verificar a data, horário e local de visibilidade do eclipse. Sites como o Time and Date ou aplicativos de astronomia informam os melhores lugares para observar o evento.
Escolha um local com boa visibilidade do horizonte e livre de obstruções. Verifique a previsão do tempo com antecedência e tenha um plano B caso haja nuvens. Chegue ao local pelo menos uma hora antes do início do eclipse para montar seu equipamento com calma.
Leve também itens de conforto e segurança, como cadeira, protetor solar, água, alimentos leves e roupas adequadas à temperatura. Uma lanterna com luz vermelha ajuda na iluminação noturna sem afetar sua visão noturna ou a configuração da câmera. Ao se preparar com antecedência e organização, você aumenta suas chances de capturar imagens incríveis.
Configurações Ideais da Câmera
As configurações da câmera são cruciais para garantir fotos nítidas e bem expostas durante um eclipse. Comece utilizando o modo manual para controlar totalmente os parâmetros. Para eclipses solares, uma abertura entre f/8 e f/16 é ideal para manter nitidez, e o ISO deve ser mantido o mais baixo possível, como 100 ou 200.
O tempo de exposição varia conforme a fase do eclipse. Durante a fase parcial, use tempos mais curtos, como 1/1000s, para evitar superexposição. No momento da totalidade, é possível usar exposições mais longas, entre 1/10s e alguns segundos, para capturar a coroa solar.
No caso dos eclipses lunares, a exposição pode variar bastante conforme o brilho da Lua. Utilize aberturas maiores, como f/5.6, e ajuste o tempo de acordo com a fase da sombra. Testar diferentes combinações antes e durante o eclipse ajuda a encontrar o ponto ideal para cada condição de luz.
Uso de Filtros e Cuidados com a Segurança
Durante um eclipse solar, o uso de filtros é imprescindível. Filtros solares de densidade neutra (ND) especiais para fotografia astronômica devem ser colocados na parte frontal da lente, nunca entre o espelho e o sensor. Jamais olhe diretamente para o Sol sem proteção, mesmo durante um eclipse parcial.
Para quem está observando visualmente, óculos especiais certificados (com padrão ISO 12312-2) são obrigatórios. Equipamentos como binóculos e telescópios também devem estar com filtros apropriados. Sem essa proteção, há risco de danos permanentes à retina.
Já os eclipses lunares não exigem nenhum filtro, pois a luz refletida da Lua é fraca e inofensiva. Nessas situações, a preocupação deve ser com a estabilidade do equipamento e o foco. A segurança é um dos aspectos mais importantes na fotografia de eclipses, pois um pequeno descuido pode comprometer a saúde ocular e o equipamento fotográfico.
Composição e Criatividade nas Fotos

Capturar a beleza de um eclipse vai além de técnica: envolve também criatividade e composição. Considere incluir elementos do paisagismo no enquadramento, como árvores, montanhas, monumentos ou a silhueta de pessoas. Isso adiciona contexto à foto e destaca a escala do fenômeno.
Planeje com antecedência a posição do eclipse no céu em relação ao horizonte. Aplicativos como PhotoPills ajudam a simular o alinhamento entre o Sol, a Lua e o local da observação. Dessa forma, é possível encontrar o melhor ponto de vista para fotografar.
Aproveite também as fases do eclipse para variar as composições. Capture sequências que mostrem a progressão do evento, criando colagens ou timelapses. Brinque com sombras, silhuetas e reflexos para gerar imagens originais. A criatividade é o que transforma uma boa foto em uma imagem memorável.
Editando as Imagens Após o Eclipse
A edição é a etapa final que realça o melhor de suas fotos de eclipses. Programas como Adobe Lightroom ou Photoshop permitem ajustar exposição, contraste e nitidez sem comprometer a naturalidade da imagem.
Ajuste os níveis de branco para manter a tonalidade fiel do evento. Nos eclipses solares, preserve o brilho da coroa e os detalhes das protuberâncias solares. Já nas imagens lunares, realce as cores avermelhadas da sombra terrestre e os detalhes da superfície lunar.
Evite exageros nos filtros ou edições artificiais. A beleza do eclipse já é natural; a edição deve apenas destacar o que foi capturado. Se você fotografou em RAW, terá maior liberdade para correções sem perder qualidade.
A edição também é o momento ideal para montar sequências em colagens, criar animações ou compartilhar suas imagens nas redes sociais. Com cuidado e bom gosto, suas fotos vão se destacar e inspirar outros amantes do céu.
Planejamento de Longo Prazo para Grandes Eclipses
Alguns eclipses são especialmente raros ou impressionantes, exigindo planejamento com anos de antecedência. Para fotógrafos que desejam capturar eclipses totais ou anulares em locais remotos, é fundamental pesquisar com antecedência as datas futuras, rotas de visibilidade e condições climáticas típicas dessas regiões.
Além de considerar o deslocamento e a hospedagem, é necessário adaptar o equipamento ao ambiente. Locais desérticos, montanhosos ou tropicais impõem desafios logísticos diferentes. Ter um cronograma de observação, revisar as fases do eclipse com simulações em aplicativos e manter backups do plano são atitudes essenciais.
Participar de expedições astronômicas organizadas também pode ser uma excelente alternativa. Esses grupos oferecem suporte logístico e técnico, permitindo que você se concentre na captura das imagens. Pensar a longo prazo amplia suas chances de fotografar eclipses históricos com sucesso.
Fotografando Eclipses com Drones
Com a popularização dos drones, surge a possibilidade de registrar eclipses de ângulos únicos. Embora não seja ideal para capturas diretas do disco solar ou lunar (devido à limitação de lentes e filtros), os drones são excelentes para registrar a paisagem durante o eclipse, mostrando sombras em movimento e reações do ambiente.
Durante um eclipse solar total, por exemplo, o escurecimento repentino e o comportamento da natureza podem ser documentados do alto. O uso de drones também permite criar vídeos impactantes com timelapses aéreos, combinando a evolução do eclipse com o movimento de nuvens ou do público presente.
É importante respeitar as normas locais de voo e obter autorizações, especialmente se estiver em áreas públicas ou protegidas. Garanta que a bateria esteja totalmente carregada e que o plano de voo seja previamente testado.
Astrofotografia e Ética: Direitos de Imagem e Autoria
A fotografia astronômica também envolve responsabilidades éticas. Ao fotografar eclipses em locais públicos ou em eventos coletivos, respeite a privacidade e os direitos de imagem das pessoas presentes. Sempre que possível, peça autorização se for incluir rostos identificáveis nas fotos.
Além disso, na hora de compartilhar ou publicar suas imagens, certifique-se de dar os devidos créditos caso tenha usado conteúdo de terceiros (como trilhas sonoras em vídeos ou modelos visuais). Se sua imagem for compartilhada em mídias sociais, mantenha marca d’água discreta e informe os dados técnicos para valorizar o aspecto educativo.
A ética também envolve evitar manipulações exageradas que deturpem a realidade científica do evento. Equilibrar criatividade e fidelidade é um dos pilares da boa astrofotografia.
Como Aproveitar Eclipses para Projetos Educativos e Científicos
Os eclipses oferecem oportunidades únicas para a educação e divulgação científica. Fotógrafos amadores podem colaborar com escolas, universidades e centros de pesquisa, fornecendo imagens que documentam fases do eclipse ou comportamentos atmosféricos.
Projetos escolares podem incluir atividades como construção de pinhole, filmagens em grupo, análises de sombra e luz ou exposições com fotos anteriores. A fotografia pode ser usada para ilustrar conteúdos de física, geografia e ciências naturais.
Além disso, há iniciativas colaborativas com cientistas que buscam dados de eclipses para estudos solares e ambientais. Compartilhar suas imagens com esses projetos pode tornar seu trabalho parte de uma pesquisa real.
Aproveitar o momento para informar a população sobre segurança, fenômenos celestes e conservação do céu noturno transforma a astrofotografia em uma ferramenta poderosa de transformação social e científica.
Conclusão: Capturando a Magia dos Eclipses

Os eclipses oferecem oportunidades únicas para a educação e divulgação científica. Fotógrafos amadores podem colaborar com escolas, universidades e centros de pesquisa, fornecendo imagens que documentam fases do eclipse, comportamentos atmosféricos e até reações de animais ou mudanças no ambiente durante o fenômeno.
Projetos escolares podem incluir atividades como construção de pinhole, filmagens em grupo, análises de sombra e luz, registros em diário de campo ou exposições com fotos anteriores. A fotografia pode ser usada para ilustrar conteúdos de física, geografia, ciências naturais e até artes visuais.
Além disso, há iniciativas colaborativas com cientistas que buscam dados de eclipses para estudos solares, ambientais ou sobre o comportamento da luz. Compartilhar suas imagens com esses projetos pode tornar seu trabalho parte de uma pesquisa real, com potencial impacto acadêmico.
Aproveitar o momento para informar a população sobre segurança, fenômenos celestes e conservação do céu noturno transforma a astrofotografia em uma ferramenta poderosa de transformação social e científica. Ao integrar ciência e arte, os registros fotográficos de eclipses também despertam o interesse de jovens e adultos para a astronomia, promovendo a valorização do conhecimento e da observação do universo de maneira prática, acessível e envolvente.